Consciência negra para brancos, em 10 passos

Dia da Consciência Negra por uma branca para outros brancos

Passo 1: reconheça seus privilégios. Esqueça o papo de que a lei é igual para todos – ela não é. Esqueça o que você foi ensinado sobre igualdade e verdades absolutas sobre desigualdade. Conheça pessoas, escute suas histórias, tente entender o que existe de diferente entre a sua vida e a dos outros.

Passo 2: aceite que cada pessoa tem experiências diferentes. Você nem imagina o que é ser negro, assim como eu também não imagino. Acredite no que pessoas negras te contam e se coloque no lugar delas.

Passo 3: entenda que a meritocracia não existe. Pessoas brancas e negras não são vistas da mesma forma nem por pessoas brancas, nem por pessoas negras. Tomadores de decisão são, na maior parte das vezes, brancos. A história foi escrita por brancos. Todos nós fomos ensinados a mesma coisa: branco é o padrão, o certo; tudo diferente disso é errado ou defeituoso. Imagine crescer se sentindo inferior porque é isso que o mundo te ensina?

Passo 4: não somos todos humanos apenas. Ok, somos humanos, mas não somos vistos como tal. A violência não nos atinge da mesma forma. Não temos as mesmas chances. Não vivemos vidas parecidas. Não somos iguais. E o primeiro passo para acabar com o racismo é entender isso.

Passo 5: não repita frases feitas e pense bem sobre o que você diz. Não falar sobre um assunto não faz com que o problema desapareça. Usar a exceção como regra não a torna uma regra, apenas atrapalha todas as pessoas “comuns” dessa história.

Passo 6: nem de brincadeira fale coisas como “consciência branca” ou “racismo reverso”. Isso só mostra que você não quer, nem de longe, resolver o problema racial que existe no país.

Passo 7: eduque seus iguais. Repreenda seus amigos racistas, não aceite piadas, não aceite o argumento que diz que “é questão de gosto”, não baixe a cabeça, não ria. Mas faça isso com seus iguais, você não pode dizer a uma pessoa negra como ela deveria se sentir por ser negra.

Passo 8: aprenda que a única pessoa que pode dizer se algo é ofensivo é aquela que foi ofendida. Aceite, peça desculpas e investigue dentro de você mesmo o porque de ter dito/feito aquilo.

Passo 9: divulgue as ideias, críticas, argumentos, arte e trabalho de pessoas negras. Representatividade importa e só assim o mundo começa a mudar. Use seu privilégio para abrir portas a pessoas negras. Igualdade vai além do discurso e todo mundo precisa pagar as contas no fim do mês.

Passo 10: não ache que pessoas negras deveriam ser mais leves na luta, mais doces na fala ou mais gentis com quem lhes atira pedras. Ninguém nasceu para ser pisado e sorrir de volta.

 

Por Carol Patrocinio

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