#CDMJ na 13º Mundo de Mulheres e Fazendo Gênero 11
Está se aproximando o evento do ano: 13º Mundo de Mulheres e Fazendo Gênero 11, que acontece em Florianópolis-SC de 30/07 a 04/08, e a gente é que não ia perder a oportunidade de trocar saberes e experiências com pesquisadoras feministas e de gênero de toda parte!
A programação está intensa, e nossa participação será em dois simpósios temáticos e uma oficina, todas desenvolvidas em colaboração. Confira os detalhes abaixo.
01/08 (terça-feira)
08:30 – 12:30
Simpósio Temático 103 – Sessão 2
Teias de saberes, redes de partilhas – O Facebook como ferramenta da construção e compartilhamento de conhecimentos entre as mulheres
Winnie de Campos Bueno (Unisinos), Joanna Burigo (Casa da Mãe Joanna)
Resumo: A democratização do acesso à internet nos últimos anos possibilitou aos movimentos sociais uma nova forma de mobilização e articulação de suas demandas, logo os movimentos feministas também vão utilizar essa ferramenta para organizar suas pautas. Nesse sentido, as ativistas sociais dos movimentos de mulheres encontraram no uso das redes sociais, especialmente do Facebook, uma outra possibilidade de fomentar as bases necessárias para o crescimento do conhecimento individual e coletivo. Nesse sentido, a partir de uma visão não essencialista e decolonial, buscamos neste artigo compreender como a utilização das ferramentas comunicativas disponíveis no Facebook auxiliam na compreensão de linguagens distintas e estratégias de resistência na luta pelo combate ao sexismo. A partir de uma metodologia que privilegia as vivências das autoras, analisamos as formas com que as mulheres negras e não-negras encontram intersecções que tornam possíveis uma construção conjunta de saberes e conhecimentos que sejam catalisadores de mobilizações que se pautem de forma não-hierarquizada e onde as diferenças de sentidos, saberes e vivências entre essas mulheres não sejam um impeditivo para uma atuação conjunta, mas sim uma motivação. Utilizamos nessa análise duas perspectivas do feminismo negro, como pontos de problematização, apresentadas por Keysha Khan Perry e Audre Lorde, teóricas negras que, cada uma ao seu tempo, discorrem sobre o papel do feminismo na emancipação de mulheres subalternas.
Palavras-chave: redes sociais, feminismo interseccional, feminismo negro, ciberativismo
03/08 (quinta-feira)
13:00 – 16:30
Oficinas – Sessão 5 – Oficina 70
Guerreiras Project: o empoderamento de mulheres através do futebol
Joanna Burigo (Casa da Mãe Joanna), Pamela Siqueira Joras (UFRGS)
Valor: 70,00
Ementa: O Guerreiras Project usa o futebol como uma ferramenta para gerar diálogos a respeito de normas de gênero. Somos uma iniciativa que promove justiça de gênero, e fazemos isso através da criação de espaços nos quais se pode entrar em diálogos, que por sua vez possibilitam o desenvolvimento de formas mais eqüitativas e sustentáveis de ser. Acreditamos que as mesmas normas estreitas de gênero que são encontradas no futebol são refletidas na sociedade em geral, e são a raiz de muita injustiça social. Pesquisas revelam que códigos rígidos de masculinidades e feminilidades tradicionais contribuem com resultados fracos na educação e saúde reprodutiva, bem como com violência de gênero e sexualidade – seja contra mulheres, ou homofobia. Estas questões não podem ser resolvidas sem que as normas de gênero mais profundamente enraizadas na sociedade sejam desafiadas. Nossa equipe é composta por atletas, artistas, acadêmicas e ativistas que, juntas, realizam oficinas, sessões de formação, exposições, pesquisa, espetáculos e apresentações que visam ampliar os espaços para a conscientização, reflexão crítica, e ações ligadas a assuntos de gênero. Acreditamos que o discurso do futebol (linguagem e imagens), universalmente reconhecido, seja não somente uma das ferramentas poderosa, eficaz e acessível para a realização deste trabalho, mas também um instrumento inovador para a realização de mudanças sociais profundas.
04/08 (sexta-feira)
08:30 – 12:30
Simpósio Temático 090 – Sessão 2
Gênero e Refúgio: a necessidade de políticas públicas no projeto de integração de refugiados homens na sociedade brasileira
Daniel Braga Nascimento (UFRGS), Joanna Burigo (Casa da Mãe Joanna)
Resumo: O presente trabalho visa apresentar o livreto “Avante” por uma perspectiva teórica da sua importância no cenário nacional. AVANTE! é um livreto sobre violência de gênero, e legislação correlata, dirigido a homens refugiados e solicitantes de refúgio no Brasil. O livreto surgiu a partir de um edital lançado pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), o qual a Casa da Mãe Joanna foi selecionado, e que resultou na parceria dos presentes autores e uma equipe gráfica/design. A ideia foi apresentar informações sobre a legislação vigente no Brasil acerca de crimes como assédio, estupro e violência doméstica de forma acessível e universal. A legislação brasileira é clara na igualdade formal no que se refere a homens e mulheres. No entanto, diversos refugiados chegam ao Brasil sem saber da legislação referente à temática, e trazem consigo sua cultura, onde a mulher, em diversos casos, é vista como um objeto não detentor dos mesmos direitos que o homem. Como “ensinar” a cultura local sem ser imperialista? Inspirados nos gibis e com um personagem forte e de fácil identificação por homens das mais diversas nacionalidades, o projeto contou com pesquisa gráfica e contato direto com refugiados nas Cáritas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Palavras-chave: refugiados, direitos humanos, masculinidades, violência.
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