AVANTE!: o gibi da #CDMJ para o ACNUR

A Casa da Mãe Joanna tem orgulho de apresentar o gibi AVANTE!, produzido para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O livreto – que apresenta informações sobre a legislação Brasileira e serviços estatais relacionados a questões de violência de gênero, como a Lei Maria da Penha e o #Ligue180 – é resultado de um processo de seleção para o qual nos nomearam, e foi realizado pela #CDMJ em colaboração com UGH Serrano, Litha Digital, PALA e GAIRE-RS.

***

Assista o making of de AVANTE! e conheça a equipe:

O trabalho comissionado pelo ACNUR tem como audiência primária homens refugiados no Brasil – o que apresentou alguns desafios, pois a situação vulnerável em que os refugiados se encontram exige máxima cautela: como falar sobre violência de gênero e legislação correlata para uma audiência masculina de forma atraente sem ser paternalista ou imperialista?

A maioria dos refugiados no Brasil tem um perfil urbano, e todos têm direito a acessar cuidados de saúde, educação e trabalho, os principais eixos de garantia de sua autossuficiência. No nosso País, o mecanismo de asilo é regulado pela Lei 9.474 / 1997 que estabelece os procedimentos para a determinação, cessação e perda do estatuto de refugiado, bem como os direitos e deveres dos refugiados e solicitantes de refúgio.

A Lei Brasileira considera como refugiado quem deixa o seu país de origem devido a um receio fundado de perseguição por conta de raça, religião, nacionalidade, pertença a determinado grupo social ou opinião política. Uma pessoa perseguida é aquela cujos direitos humanos estão sendo violados ou em risco de violação, e cuja liberdade e integridade estão em grave risco.

***

O lançamento oficial do gibi AVANTE! acontece nessa quinta-feira, 08/12/2016, ao meio-dia,
com um Hangout no canal oficial do UNHCR-ACNUR Américas. Mande suas perguntas!

Desde 1999 o ACNUR vem adotando estratégias de integração de perspectivas de gênero em todos os seus programas, incluindo o desenvolvimento de atividades, como treinamento regular para suas equipes. Apesar disso, a falta de dados precisos sobre refugiados que sofrem violência de gênero continua sendo um grande desafio.

Discriminação contra mulheres e meninas ocorre na maioria das sociedades, o que reduz significativamente suas oportunidades de participação política, por isso, para o ACNUR, reforçar a prevenção e respostas à violência de gênero e empoderamento das mulheres é uma prioridade global e localmente.

Considerando o alto número de refugiados e solicitantes de refúgio no País – e tendo em vista que de acordo com dados do CONARE mais de 70% dos refugiados que estão aqui são do sexo masculino – a estratégia do ACNUR se estende para atividades relacionadas à igualdade de gênero que são direcionadas para meninos e homens refugiados.

Os temas que precisavam ser abordados são contestados – e, em grande medida, tabu. Assédio, abuso, exploração e violência de gênero são naturalizados em muitas culturas, mas dada a vulnerabilidade experienciada por refugiados, era crucial que a linguagem do material  produzido fosse acolhedora, amigável e absolutamente não ameaçadora.

Foi assim que surgiu a ideia de fazermos um gibi que narrasse a jornada de imigração e adaptação em uma nova sociedade de um herói que é, ele mesmo, um refugiado.

avante-post-1

AVANTE! Acompanha nosso protagonista desde sua chegada ao Brasil, passando pela solicitação de refúgio e visitas às casas de acolhimento, e culmina em uma entrevista de emprego. Durante o processo, nosso herói se depara com situações em que precisa se adequar à diversidade e equidade de gênero, e recebe informações oficiais que explicitam direitos e deveres no Brasil.

O livreto foi produzido em Português e Inglês pela #CDMJ, com versões em Francês e Árabe organizadas pelo ACNUR, e está disponível em postos de atendimento a refugiados e solicitantes de refúgio Brasil afora.

O briefing, que era bastante desafiador, nos fez estudar e aprender muito para realização do projeto, no qual trabalhamos com foco e determinação, mas, acima de tudo, com amor e empatia.

Bem vindos, refugiados, e fiquem atentos à legislação Brasileira sobre violência de gênero. Às refugiadas, nosso mais apertado abraço de boas-vindas, na esperança sincera de que este livreto tenha um impacto positivo em suas vidas.

O mundo pode estar bastante confuso… mas seguimos AVANTE!

 

Comments

Comentários