Fotógrafa brasileira produz documentário para a ONU
Tudo começou em 2014 quando a fotógrafa Maria Ribeiro, trabalhando com publicidade, viveu os bastidores da criação da imagem que representa a mulher na mídia. A partir de então, iniciou um processo de fotografia de mulheres de forma natural, sem photoshop, criando um conceito próprio de retratar cada mulher de forma única, promovendo a diversidade, a aceitação e a reconexão da mulher com o próprio corpo.
Com o crescimento da procura e a compreensão da importância de questionar os padrões estéticos impostos pela mídia, a fotógrafa idealizou o projeto Nós, Madalenas – Uma palavra pelo feminismo. Durante dois anos, registrou cem mulheres de diferentes corpos e contextos em retratos em preto e branco, com a palavra que representa o feminismo para cada uma delas escrita em seus corpos.
Todos os ensaios foram gratuitos para as mulheres que participaram do projeto. A repercussão positiva foi tão grande que a fotógrafa idealizou algo além das redes: a publicação de um livro, lançado em dezembro de 2015. “Uma das mulheres fotografadas é sócia de uma editora e trouxe a ideia de fazer um livro, que ia ao encontro da ideia que eu tinha de ter relatos das histórias das mulheres que eu fotografava, já que até então eu era a única que tinha conhecimento delas e sabia como eram profundas e tocantes”. Após o lançamento do livro, Maria continuou o projeto de promover a diversidade através de ensaios naturais, tendo seu trabalho publicado em revistas de arte como Aluvião e Revista Azmina, no Brasil, The Plaid Zebra, no Canadá, Revista Cultural Inquieta, na Espanha, entre outros.
Em 2015, foi indicada pela FRIDA – The Young Feminist Fund para participar de uma seleção feita pela ONU Mulheres para o Prêmio Ivone Hebert, que escolheria onze fotógrafas ou cineastas para criar um filme artístico sobre importantes projetos idealizados por mulheres para ser apresentado no evento CSW61 (Comission on the Status of Women), em Nova York.
A fotógrafa foi a única brasileira selecionada. O documentário foi exibido durante o CSW61, em março desse ano. Antes do lançamento do filme a fotógrafa foi convidada para apresentar o projeto Nós, Madalenas no Youth Forum, um importante evento organizado pela ONU. Por conta do trabalho com o filme, lançado oficialmente essa semana nas redes sociais, Maria Ribeiro reside até maio em Nova York, trabalhando também em outros projetos fotográficos.
Ela afirma que tem sido emocionante conviver com ativistas e feministas do mundo todo, compartilhando experiências e demandas de mulheres de tantos lugares e situações diferentes, além de ter seu trabalho reconhecido por diversas organizações e veículos feministas ao redor do mundo. E completa “É uma honra e uma felicidade ver que o meu trabalho está sendo reconhecido tanto em qualidade quanto em relevância para a igualdade de gênero e empoderamento feminino.”
Para conhecer o trabalho da fotógrafa Maria Ribeiro e do projeto Nós, Madalenas, acesse mariaribeiro.me
Com informações de Fernanda Vicente, Pandora – Comunicação e Assessoria de Imprensa para Mulheres. Imagem destacada: da série “Documentary“, de Maria Ribeiro
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