A masculinidade é realmente uma coisa muito frágil
A masculinidade é realmente uma coisa muito frágil. Essa coisa do macho-alfa, que precisa tomar decisões e ter iniciativa é muito fantasiosa. Faz com que os homens adorem ter certezas das coisas. E adoram fingir isenção e fazer o advogado do diabo, como se fossem capazes de julgar qualquer assunto e experiência. SPOILER: não são. Vivem sempre avessos às dúvidas e a existência das incertezas e áreas cinzas na vida.
Já notaram que se você relata uma situação chata do dia-a-dia para um cara, ele normalmente já quer dar uma “”solução”” ao invés de simplesmente dizer “bah, que chato, sinto muito”. É essa eterna necessidade de nunca lidar abertamente com as fragilidades e os espaços incertos que FAZEM parte da vida: tem que opinar, agir, reforçar uma idéia de preto-e-branco. É extremamente ingênuo, além de arrogante.
Agora eu entendo bem qual é o medo que mulheres como eu e minhas amigas causam nos homens. Mulheres empoderadas, no caso. Mulheres criativas, inteligentes e boas de papo… como assustam os homens! Mulheres que são grandes, gigantes, amazônicas, que transbordam de tanta riqueza, que são altas ou confiantes, sensuais para si mesmas, cultas, talentosas, independentes ou inteligentes. Como for que sejam, mulheres que não aceitam opiniões mal-formuladas ou visões de mundo simplificadas. Mulheres com alta diversidade de fauna e flora interna.
Os meninos brincando de capitães do mundo se mijam nas calças só de imaginar!
Mulheres que ensinam, que sejam diferentes da norma, que tenham opiniões fortes, ou apenas bem fundamentadas são demais para a fragilidade masculina. Uns tentam nos apequenar, nos diminuir, nos fazer menores que somos. Outros fogem em pânico das mulheres gigantes e procuram mulheres que eles sintam serem menores que eles em algum sentido metafórico. Que os peguem no colo de uma maneira que faça com que eles se sintam no poder. O macho-alfa.
De qualquer maneira, é uma covardia dos homens, embora uma covardia extremamente comum.
E é por isso que deve existir algo intrínseco na atração amorosa e sexual. Afinal, sou uma mulher heterossexual não por escolha, porque fora meu pai, não admiro muitos homens. A masculinidade me é sempre meio patética, confesso. Sou 100% ligada a todos os espaços tidos como femininos. Admiro e louvo muito mulheres. Não tenho pé em marte: sou cidadã orgulhosa de vênus.
Homens: melhorem. Até porque eu, e espero que nenhuma mulher, vamos nos diminuir pra você se sentir seguro.
Por Sophia Starosta
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